quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sobre "neo-ateismo modinha"

Segundo minhas leituras, o termo "neo-ateismo" não carrega nenhum carater pejorativo. Ele foi cunhado por filósofos cristãos na tentativa de explicar a mudança de comportamento "descrente" a partir do "11 de Setembro".

Até então, religiosos não se preocupavam com "ateus verdadeiros", visto que todos os debates e conceitos eram tratados filosoficamente, e ali se findavam em si mesmos. Embora haja grande literatura ateista, não havia uma postura firme, e em numero consideravel, de ateus a enfrentar a religião abertamente, devido provavelmente ao preconceito e maleficios que vem de questionar dogmas e crenças alheias. Vide famosos cientistas que embora demonstrem sua incredulidade quanto ao sobrenatural, o fazem veladamente e com "jeitinho".

Então, o "neo-ateismo" surge, questionando abertamente e cirurgicamente a religião, despertando obviamente o desprezo de "crentes" e "ateus verdadeiros". O primeiro se ressente por ter sua "fé" descontruida e atacada constantemente, e o segundo por estar diante de um ateísmo militante, o qual considera desnecessário.

Diante de tais fatos, aparece o termo "modinha". Do lado religioso, uma tentativa em satirizar e diminuir a descrença, colocando-a como infantilidade. Do lado ateu, um sintoma de ciúme por sua "postura filosófica passiva" não ser seguida por outros ateus.

Embora o termo "neo-ateu" seja usado desonestamente por religiosos e "ateus-verdadeiros", ele não é incorreto se usado para diferenciar a atitude militante e firme do neo-ateísmo em oposicao ao ateismo-passivo, que religiosos até elogiam.

Em suma, para ser ateu basta não crer em divindades. Mas o que diferenciará um "ateu verdadeiro" de um "neo-ateu" é sua postura diante da religião.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"10.000 religiões no mundo..."

Partipando de um debate, fui indagado por um religioso sobre o que explicaria a quantidade imensa de "crenças religiosas". Transcrevo a pergunta e minha resposta.

Pergunta: -"Por que acha que existem 10.000 religiões no mundo? não acha um numero muito grande? será que se o místico não existisse ou se não desse feedback algum a eles assim mesmo elas existiriam?"

Resposta: - T
odos os homens descendem de um ancestral comum. É perfeitamente aceitável que todos então compartilhem da inspiração, sentimentos, medos, expectativas e temores, da mesma forma que todos os homens tem 2 olhos e 1 nariz.

Em algum ponto de nossa evolução como espécie, a crença supersticiosa deve ter favorecido a nossa sobrevivência, ficando fortemente arraigada em nosso cérebro. Não sabíamos dos microrganismos, não entendíamos os trovões, furacões, seca, chuva, doenças, mortalidade infantil, expectativa de vida em 25 anos... O mundo era um lugar terrível e a raça humana deu o sentido que podia, entendendo como era possível entender.

Mas considerado o nosso estágio atual de civilização temos respostas mais satisfatórias e mais elegantes para a natureza e para nós.

As 10.000 religiões são "órgãos vestigiais" de nossa infância como espécie. Só isso.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A dor e o poder da oração como resposta...

Para mim está claro que a religião é uma das negações da finitude humana.

E onde essa negação ganha mais força?  Num momento de forte emoção e desespero,  como uma doença terminal ou acidente grave. Nesse estado é de se esperar que pessoas clamem ao fantasmão por um milagre.

Infelizmente, a única coisa que obterão será a constatação do que já sabiam: "Não tem ninguém no céu para ouvir pedidos e muito menos atendê-los".

Enquanto estivermos bem, não temos necessidade de um amigo imaginário. E quando estivermos mal de nada adiantará buscá-lo.

Enfim, dada a sua inutilidade, ineficácia e inoperância, é infantil orar ou se culpar por não tê-lo feito.

sábado, 14 de setembro de 2013

Evolução é uma crença?

Penso que a intenção de colocar a evolução apenas como uma crença é razoável, sendo ate certo ponto uma possibilidade.

A divergência está apenas em um detalhe chamado "EVIDÊNCIAS". Um conjunto detalhado de observações e pesquisas que a suportam, sendo passíveis de falseabilidade, questionamentos e posterior recusa ou aceitação. Isto é ciência.

Mas reconheço que na cabeça de um leigo não existe diferença entre uma crença no sobrenatural, e outra que tem incontáveis evidências que a apóiam. O nome disto é analfabetismo científico.

A teoria da evolução é uma hipótese que respondeu satisfatoriamente varias perguntas, e ela permitiu avanços em varias disciplinas científicas. Apenas estudiosos das áreas de estudo tem acesso as "provas" diretas. Pedir que um participante de um debate apresente-as é desonesto, visto que não somos biólogos, nem arqueólogos, nem geneticistas, etc. Mas essas "evidências" existem e estão acessíveis. Qualquer um pode vê-las, bastando apenas se esforçar para ter acesso a elas. 

Ao contrário da crença criacionista que não tem nenhuma evidência no mundo real, a teoria da evolução é fato baseado nas evidências existentes. Esse é o ponto.  

pt.wikipedia.org/wiki/Evidências_da_evolução

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A postura de crentes em debates...

Religiosos são pessoas com argumentos nulos, raciocínios viciados e sempre "donos da verdade". Sortudos encontrando a respostas do mistério da existência. "Cavaleiros da justiça" lutando para impor suas loucuras sobre o maior número de pessoas.

Crentes apresentam um sintoma clássico da doutrinacao religiosa em crianças. Eles debatem e pregam "desarmados", sem argumentos, sem base, sem coerência... E ainda por cima, supondo ter descoberto a "roda" novamente.

Infelizmente, eles são apenas pessoas que conversam telepaticamente com um fantasma judeu morto a 2000 anos.

E o problema não é crerem nisso, mas estarem convictos de que sou desprezivel e digno de tormento por não acreditar neste "conto de fadas" mau escrito.

sábado, 7 de setembro de 2013

Ateus versus religiosos: a diferença...

Percebo uma diferença entre o ateu e o religioso: o amor a "humanidade" do homem enquanto espécie.

A religião insiste em tornar o homem mal, mesmo um bebê já nasce pecador, digno de danação eterna caso nao seja apresentado ao amigo imaginário correto.

O ateu estando liberto das superstições e fantasmas, passa a preocupar-se com o real, com o que existe.

Embora possam existir ateus sádicos, a grande maioria passa a ser mais cordial, mais racional e mais ativa. Eles sabem que para qualquer coisa acontecer é necessária a vontade humana e o trabalho duro. Entendendo que só possuímos uma vida, ela passa a ser mais bela. E a bondade surge naturalmente, porque humanos ajudam humanos, deus nao faz nada por ninguém.

E nesse livro que é a nossa curta vida, os ateus escrevem suas histórias, valorizando a existência e seus semelhantes, agindo através de atitudes concretas, ao invés da apatia religiosa que ao "orar" supõe estar contribuindo, quando na verdade nao estão fazendo nada além de perpetuar o misticismo e a superstição.

sábado, 31 de agosto de 2013

"Não existem provas da inexistência de deus"

Criei um termo para denominar esse tipo de pensamento: "cético-crentelho".

Há uma contradição explícita e cómica nisto. O ceticismo parte da dúvida e da necessidade de evidências para que se conceba uma hipótese verdadeira.

Então, num passe de mágica, o "cético-crentelho" exige provas que descartem este ser completamente mágico e espiritual, que não possui indícios de existência.

O ceticismo deveria leva-lo a buscar quais evidências suportam a veracidade de sua superstição, e não encontrando nada que indique este "fantasma" como existente, aceitar o fato.

Mas o "cético-crentelho" não o faz. Ao invés disso, ele ignora toda a realidade observável, que nega e demonstra todos os dias a inexistência e a ineficácia de um ser super-poderoso imaterial.

Concluindo, ele aceita a crença sem nenhuma evidência, e depois exige provas de que o fruto de sua imaginação não é real.

sábado, 24 de agosto de 2013

Sobre a morte de "50 cristãos na Nigéria"...

Embora a notícia seja provavelmente falsa, dado que só é encontrada em fontes duvidosas, é fato que existe o grupo terrorista citado.

Errado é entender que é apenas um conflito religioso, ou apenas por serem cristãos. Isto é um conflito político, onde "Boko Haram"(grupo terrorista islâmico) faz ataques ao governo e qualquer outro alvo que ele queira, matando inclusive adeptos de sua própria religião.

Divulgar estas correntes falsas não ajuda em nada, e ainda promove mais ignorância. O certo seria divulgar a democracia e também o estado laico, onde cada cidadão tem o direito de crer ou descrer do que quiser, sem sofrer qualquer dano ou preconceito.

Toda a perversidade desses conflitos nasce no momento onde um grupo de pessoas afirma servir o "deus verdadeiro", sendo sua missão impor a todos os outros suas próprias idéias filosóficas/religiosas.
Tanto cristãos, quanto muçulmanos podem estar errados. A possibilidade maior é que nao exista nenhum deus, o que torna estas disputas sem sentido algum.

Esses atentados devem ser considerados como "crimes contra a humanidade", sujeitos a repressão da comunidade internacional. Enquanto, a maioria das pessoas considerar como "perseguição religiosa" nada será feito, visto que existem "defensores do deus verdadeiro" dos dois lados do conflito. A possibilidade de existirem dois deuses super-poderosos é nula.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O que esperar de um religioso fanático...

O que esperar de pessoas que lêem apenas um livro?

O que esperar de pessoas que aceitam como fato a Terra ter 6.000 anos?

O que esperar de pessoas que acreditam ser descendentes de um homem feito de barro?

O que esperar de pessoas que são contra a homoafetividade porque uma entidade incorpórea invisível fez macho e fêmea?

O que esperar de pessoas que conversam telepaticamente com um judeu morto a 2000 anos atrás, e que ainda por cima voltará em "breve"?

O que esperar de pessoas que doam 10% ou mais de sua renda para manter a casa de um deus que enriquece apenas o pastor?

O que esperar de pessoas que tomam remédios e agradecem a um fantasma por terem melhorado?

O que esperar de pessoas que desprezam a única vida que tem em troca de um paraíso com ruas de ouro?

Não sei quanto aos outros, mas desses cidadãos só espero supersticao e ingenuidade... E em alguns casos extremos, ignorância e maldade.

E ainda vale salientar, a eterna presunção de serem conhecedores e defensores das verdades mais absolutas do universo.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Que diferença faz se Deus existe? (Resposta dada a um participante do grugo "Debates Inteligentes" no Facebook

O texto escrito pelo defensor do amiguinho imaginário pode ser visto aqui:

https://www.facebook.com/groups/debates.inteligentesOFICIAL/permalink/565210030186850/

Segue meu comentário:

Em minha opinião o texto é proselitismo falacioso, como sempre. No início, a falácia de apelo ao povo. E para finalizar, a aposta pascal.

Muito estranho alguém que crê pela fé afirmar que um ateu tem fantasias. Chega a ser cômico, se não fosse trágico. Seus pensamentos estão embebidos de desonestidade intelectual. Quer defender a importância de deus, mostre evidências de sua existência e onde ele se manifesta na realidade. Colocar um religioso como exemplo de uso racional é muito malabarismo.

A única verdade do texto é que o ateísmo nada tem a oferecer. Não há céu, não há consolo, não há verdades absolutas. Estamos diante da dura e fria realidade... Morámos no 3° planeta de um sistema solar, no meio de um universo tão grande que foge a compreensão.

Somos um aborto do universo? Tisc tisc... Isto é apenas crença religiosa. "Se deus não me criou, eu vou ser bandido, não sou especial, quero um abraço! Buá, Buá! Snif, Snif". Falácia do declive acentuado.

Não vou comentar falácia por falácia pq é desnecessário. Se as premissas são falsas todo o resto pode ser ignorado.

"Se deus não existe (verdadeiro), então tais coisas não existem (falso)..."

Não há conexão entre as duas premissas, não há causalidade. O homo sapiens está na terra a 100.000 anos... viveu cerca de 96.000 anos sem que o deus cristão se revelasse. Se sua afirmação fosse verdadeira, não estaríamos aqui para debater. Mesmo que valores só existam em nossos pensamentos, eles tem utilidade e funcionam para preservar nossa espécie. Ao contrário de deus, que precisa de contorcionismos filosóficos ou fé cega para existir.

A religião é a 1° tentativa de explicar o nosso mundo. Visto que ela é limitada e fantasiosa, ja está na hora de amadurecer e abandonar amigos imaginários, junto com superstições e expectativas catastróficas de povos analfabetos que viviam no deserto.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A religião e sua tentativa de diminuir o ser humano...

Eu vejo que um dos males da religião é sempre diminuir o ser humano. Fazê-lo malvado, merecedor de punição...

Esses conceitos na cabeça de vários ignorantes já validam várias atrocidades... Inclusive decapitar um "infiel" ou desprezar quem não compartilha de seus devaneios.

Sou ateu militante por entender que toda filosofia religiosa é perversa em sua essência, ao diminuir o ser humano fazendo crescer algo que não existe.

O mais importante do universo segundo a Bíblia é o amiguinho imaginário. Logo, os mais importantes do universo são apenas os que servem a esse deus. Ao resto, o inferno. Será que ao servir alguém de cabeça baixa, sem questionar, não estou menosprezado? Não faz de mim um escravo?

Na medida que tenho de amá-lo acima de todas as coisas, eu diminuirei, obedecerei suas leis, pagarei os seus tributos, pregarei o que ele deseja e serei um instrumento de sua vontade. Serei conivente com suas atrocidades, não falarei mal de seus "ungidos"... Onde o meu conhecimento for raso ou nulo, lhe darei mérito e honras. Concluindo, se essas coisas não fizerem de mim menor e irracional, não sei o que fará.

A religião torna o homem imoral, egoísta, infantil, preconceituoso, mesquinho, cruel, supersticioso, irracional, interesseiro, medroso, dependente, etc. Não sou contra o deus da Bíblia, sou contra todos amiguinhos imaginários que se dizem existir, mas se escondem muito bem.

Hitchens argumentou que as religiões, mesmo não sendo iguais, compartilham de uma mesma ilusão perigosa e sinistra, a de que a fé é melhor do que a razão.

Como primeira tentativa de explicar a natureza, a religião é uma maneira primitiva de compreensão da realidade. É a infância aterrorizada de nossa espécie, quando não sabíamos que nosso planeta girava, nem conhecíamos os microrganismos e as causas dos terremotos.

Mas nos dias de hoje, apesar da assimilação cultural de proposições racionais, como as de Darwin e de Einstein, a barbárie, os terrorismos praticados em nome dos “partidos de deus”, colocam a humanidade em estado semelhante ao seu ano zero. Além de serem um atraso, a teocracia, a ideologia messiânica, são estúpidas e brutais.

Não existe bondade nem lógica no "livre-arbitrio".

Deixar seres dotados de capacidade cognitiva limitada decidirem sobre a eternidade, tendo apenas a mensagem contraditória de um livro escrito por judeus analfabetos do deserto, não me parece uma atitude inteligente do fantasmão. Seres que até umas centenas de anos tinham uma expectativa de vida de 25 anos...

Isso é apenas uma característica de um deus criado e perpetuado pelo medo e superstição, o qual não merece crédito dada a nossa compreensão atual da realidade. Onde cada vez mais, deus torna-se inútil e arcaico. Obrigando os religiosos a "colocarem" deus nas origens (do universo, da vida) e também em acontecimentos pós-morte.

Dada que está clara sua inoperância nos nossos dias, fica explícito o velho e tosco argumento do "deus das lacunas" em todo o proselitismo religioso contemporâneo.

Você foi "ENSINADO" a acreditar no seu deus...

Respondendo a um comentário no grupo "Contradições da Bíblia" no Facebook.


1) O fato de ser criado como católico, já contradiz a sua afirmação de que não foi ensinado. Entenda bem, se você tivesse nascido no Tibet, provavelmente, acreditaria em Buda. Então, sim, você foi ensinado a acreditar no deus judaico-cristão.

2) Tudo o que não é exato e nem preciso, geralmente, não é ciência, vide seu amiguinho imaginário, que é religioso.

3) A ciência não quer fazer todos pensarem iguais, quem faz isso é a religião. Mas para podermos pensar criticamente, temos que analisar os fatos e sermos honestos intelectualmente. Qualquer crença que não forneça argumentos racionais, evidências e que não possa ser refutada, sempre será tratada como metafísica ou filosofia apenas.

4) A existência e a "não-existência" não são lados da mesma moeda. Qualquer coisa que inexista é conto de fadas, mitologia, crendice popular, senso comum, metafísica, filosofia, loucura, delírio, etc.

5) É incorreto afirmar que os "deuses" não deixaram manual, visto que toda religião tem os seus escritos sagrados e seus representantes iluminados que são os responsáveis por guiar o povo para o encontro com o sobrenatural.

6) A religião interfere sim na vida de todos, vide bancada evangélica, vide inquisição, vide atentados terroristas islâmicos, vide gasto de dinheiro publico em "marchas p chessuis", etc.

7) Ilusões e sonhos não existem, por isso, não merecem respeito. Existe um mundo real, com pessoas reais, problemas reais. Sem deuses e demônios. Ficar calado em nome da "harmonia", enquanto outros desprezam a única vida que tem, não tem nada de sabedoria.

Sim. Sou contra a religião por ter evidências suficientes de que ela faz um mal tremendo a humanidade.

Falácias que os crentelhos não deviam mais usar:

Falácias que os crentelhos não deviam mais usar:

  • "Você já viu o vento?"
  • "Você já viu a eletricidade?"
  • "Big Bang é só uma teoria."
  • "Prove a inexistência de deus"
  • "Esse versículo está fora do contexto"
  • "Aposta pascal"
  • "Deus só aparece pra quem o busca"
  • "É verdade porque está na bíblia, e a bíblia é a palavra de deus, e a própria bíblia confirma isso",
  • "Arqueologia prova a bíblia",
  • "Deus das Lacunas", etc.

"Deus tira do ímpio para dar ao justo".

Muitos crentes supõe q tal frase seja verdadeira tomando por base o versículo da foto.

Apresento duas questões:

1) Se deus precisa roubar do ímpio para que o justo tenha alguma coisa, é muito provável que ele não seja "dono do ouro e da prata".

2) Ou então, fica validada a riqueza dos papas, bispos, pastores, missionários, etc. Como representantes do "senhor", são justos (conhecem deus tão bem, a ponto de terem certeza sobre suas vontades). Aos ímpios, o duro serviço de produzir riqueza para os "ungidos de deus".

Hipóteses:

1) Deus é fraquinho e oportunamente age de carona. (vide crentelhos afirmando que as manifestações ocorridas inicialmente pelo preço da passagem em São Paulo são confirmação de profecia genérica emitida na Igreja da Lagoinha)

2) Infelizmente, para os bilhões de "religiosos-membros", as evidências apontam que somente os lideres da igrejas são justos (visto que a riqueza só fica com eles)

Minha opinião:

Até quando VOCÊ vai ficar sustentando vagabundos que, além de utilizar da SUA ingenuidade para enriquecer HOJE, dizem que o SEU tesouro virá quando deus quiser ou apenas no céu???

Inventando mais um deus...

Na verdade, ouso elaborar uma hipótese sobre a "ausência de evidências não é evidência da inexistência".

Na história das religiões, cada deus apresenta similaridades com seus criadores. E cada deus existe/trabalha validando, explicando e alterando a realidade de seus crédulos .

O agnóstico ou deísta não está fazendo nada novo. Ele faz igualzinho os religiosos antigos e cria uma possibilidade de deus que esteja de acordo com seus desejos inconscientes, contrariando o ceticismo racional e inventando mais um deus.

Em sua mente ocorre o seguinte devaneio:
- "Já que não posso acreditar em Deus-todo-poderoso, porque não faz sentido, deve existir uma força misteriosa por trás de tudo. A possibilidade deve ficar em aberto".

Ou ninguém tem fé hoje, ou deus não existe.

Infelizmente, a bíblia é a uma das maiores evidências que da inexistência de deus. Observe os milagres antes atribuídos ao "fantasmão" e veja os "milagres" de hoje.

“Entre duas explicações igualmente satisfatórias de um fato, a mais simples deve ser a correta.”

Ou ninguém tem fé hoje, ou deus não existe.

Um dragão na minha garagem... (Carl Sagan)

Um dragão que cospe fogo pelas ventas vive na minha garagem.

Suponhamos que eu lhe faça seriamente essa afirmação. Com certeza você iria querer verificá-la, ver por si mesmo. São inumeráveis as histórias de dragões no decorrer dos séculos, mas não há evidências reais. Que oportunidade!

- Mostre-me – você diz. Eu o levo até a minha garagem. Você olha para dentro e vê uma escada de mão, latas de tinta vazias, um velho triciclo, mas nada de dragão.

- Onde está o dragão? – você pergunta
- Oh, está ali – respondo, acenando vagamente. – Esqueci de lhe dizer que é um dragão invisível.
Você propõe espalhar farinha no chão da garagem para tornar visíveis as pegadas do dragão
- Boa idéia – digo eu –, mas esse dragão flutua no ar.

Então, você quer usar um sensor infravermelho para detectar o fogo invisível.
- Boa idéia, mas o fogo invisível é também desprovido de calor.

Você quer borrifar o dragão com tinta para torná-lo visível.
- Boa idéia, só que é um dragão incorpóreo e a tinta não vai aderir.

E assim por diante. Eu me oponho a todo teste físico que você propõe com uma explicação especial de por que não vai funcionar.

Qual a diferença entre um dragão invisível, incorpóreo, flutuante, que cospe fogo atérmico, e um dragão inexistente? Se não há como refutar a minha afirmação, se nenhum experimento concebível vale contra ela, o que significa dizer que o meu dragão existe?

A sua incapacidade de invalidar a minha hipótese não é absolutamente a mesma coisa que provar a veracidade dela. Alegações que não podem ser testadas, afirmações imunes a refutações não possuem caráter verídico, seja qual for o valor que possam ter por nos inspirar ou estimular nosso sentimento de admiração. O que eu estou pedindo a você é tão somente que, em face da ausência de evidências, acredite na minha palavra.

Extraído do livro de Carl Sagan : "O Mundo Assombrado por Demônios - a ciência vista como uma vela no escuro" - Companhia das Letras

O Deus Que Nunca Erra!

O Deus Que Nunca Erra!
Autor: PJ Jonatas

Era um vez a alguns milhares de anos atraz um deus:

Onipresente: Mas que ninguém o vê;
Onipotente: Mas não faz quase nada;
Onisciente: Mas o pouco q faz ainda da errado;

A sua primeira obra conhecida foi a criação dos Anjos.
Criou milhares de Anjos “perfeitos” mas de todos os anjos 50% deram defeito e se voltaram contra o criador, após consertar alguns, ainda restaram um terço de Anjos defeituosos que vivem pra perturbar a humanidade até os dias de hoje. (FAIL)

Criou os humanos perfeitos e 100% deles deram defeito e desobedeceram ao criador. (FAIL)
Então os enviou a terra pra que se multiplicassem e povoassem toda a terra, e em apenas 2.000 anos Deus se arrependeu do que fez e matou praticamente todo mundo. (FAIL)

Selecionou alguns escolhidos, Noé e sua família para repovoar a terra e pouco tempo depois se reuniram para construir a torre de babel e deu merda de novo. (FAIL)

Deus então confundiu suas línguas e os dividiu em vários povos, o que causou e causa milhares de guerras até os dias de hoje. (FAIL)

Escolheu então ABRAÃO pra ser o patriarca de seu povo escolhido na terra. Ele começou mentindo e “entregou” sua esposa ao Faraó ao mentir que ela era somente sua irmã, teve um filho com sua escrava(isso mesmo ele tinha uma escrava) que gerou uma linhagem de inimigos mortais dos descendentes de seu filho escolhido Isaac. (FAIL)

Isaac Teve Jacó que enganou o pai e roubou a bênção do irmão, sendo assim escolhido pra prosseguir com a linhagem escolhida. (FAIL)

Os filhos de Jacó venderam seu próprio irmão como escravo por ele ser o escolhido. (FAIL)

Deus os perdoou consertou seus erros e os enviou para o Egito, em pouco tempo toda sua descendência acabou virando escravos no Egito. (FAIL)

Deus então os liberta da escravidão e lhes da os 10 mandamentos como a lei a ser seguida. Um dos mandamentos era não matarás, e eles mataram aproximadamente 2,5 milhões de pessoas, contando somente as mortes relatadas na bíblia, fora o caixa 2. (FAIL)

Deus instituiu uma teocracia, onde ele governaria através de seus profetas. O povo não gostou e pediu um REI. Devia estar bom o governo hein. (FAIL)

Deus então escolheu e ungiu Saul como rei de seu povo, e ele só fez merda, até invocar os mortos que Deus proibiu ele invocou, então deus se arrependeu e o entregou a morte. (FAIL)

Deus então escolhe e ungi Davi como sucessor, e ele já começa dormindo pelado com um homem que deus abominava, depois Davi se torna o Rei mais sanguinário que Israel já viu. Tinha até uma musiquinha em sua homenagem: Saul matou mil, Davi matou dez mil. E o não mataras? (FAIL)

Deus então escolhe Salomão como sucessor e lhe da a bênção da sabedoria divina, e com tanta sabedoria ele teve 700 esposas e 300 concubinas além de esfolar o povo com impostos altíssimos, dedicou sua vida a luxuria e perversão e varias outras merdas. (FAIL)

O Povo se rebela contra Deus então1 ele os manda como escravo na Babilônia (de novo?). Depois que o povo é liberto em pouco tempo ele é subjugado novamente pelos Gregos. Então eles aprendem lógica com os gregos, mas invés de utilizá-la em algo que preste, eles aplicam a lógica na religião e criam merdas como: não pode cuspir no chão de sábado porque isso vai regar as plantas e o mandamento é não trabalharas no sábado. (FAIL)

Deus então tem uma ideia genial, ele mesmo encarnar entre seu povo, mas seu próprio povo o matou crucificado. (FAIL)

Então Deus cansado do povo que ele mesmo escolheu radicaliza e escolhe Paulo para levar a mensagem não mais ao seu povo mas a todos os povos do mundo e criar um povo de gentios no mundo todo. Agora não tem mais como dar errado. Mas então um imperador romano se infiltra dentro do povo e transforma a mensagem em uma igreja oficial onde ele mesmo é o líder, corrompe a mensagem com paganismo, indulgencias e outras coisas mais e a utiliza pra matar todo mundo (e o não mataras?) que não aceita ou questione o cristianismo, criando novamente uma teocracia. Esse período ficou conhecido posteriormente como Idade das Trevas. (FAIL)

Deus então escolhe Lutero para romper com a idade das trevas e consertar as adulterações do cristianismo, Gutemberg cria a imprensa e agora todos podem ter acesso a bíblia e tirar suas próprias conclusão ficando livres das falsas interpretações e adulterações por parte dos falsos profetas. Porem em pouco tempo o cristianismo se divide em mais de 30.000 igrejas diferentes cada uma especializada em um versículo diferente, e cada uma pregando algo diferente, uma ensinado a extorquir Deus pra ficarem ricos(mas quem acaba extorquido é o pobre fiel), outra em Por, quer dizer tirar demônio das pessoas, outra em curar de mentirinha, e assim o cristianismo vira o negocio do século. (FAIL)

Então possivelmente em sua ultima cartada, Deus tira um carta da manga e escolhe Marco Feliciano pra cuidar dos direitos Humanos e das minorias e um Papa Argentino, Não precisa dizer que vai dar merda de novo né?

Quanta Onisciência!

Crença: o sexo de uma pessoa influência sua probabilidade de crer ou descrer?

Crença: o sexo de uma pessoa influência sua probabilidade de crer ou descrer?

Nas igrejas, o número de mulheres é visivelmente maior.
Nos grupos de debates os homens são a maioria.

Mulheres tem uma sensibilidade emocional superior ao homem. Isso as tornaria mais suscetíveis aos apelos profundamente emocionais da religião? O sentimento funcionaria como um inibidor da racionalidade?

Qual a diferença entre algo que não existe e deus? NENHUMA!!!

Deus não tem nenhuma evidencia física no mundo real. Passo a comentar qualidades de todos os deuses e seres espirituais existentes hoje:

1) invisível - Ninguém sem o uso de alucinógenos ou doenças mentais pode ver deus.

2) inoperante - Embora muitas orações sejam feitas todos os dias, sua eficácia é zero.

3) impotente - Diante dos males que assolam a humanidade, ele fica escondidinho sem fazer nada.

4) surdo - Todas as orações ficam sem resposta. As que são respondidas podem ser facilmente creditadas ao acaso, ou a tecnologia/ciência.

5) mudo - Embora o mundo inteiro se pergunte qual é o deus verdadeiro, ele se faz de morto. Deixando que 10.000 religiões existam no mundo.

6) incorpóreo - Não podemos encontra-lo e ele não está em lugar nenhum do universo conhecido. Tentativas de provar sua existência falham na realidade e também na filosofia/metafísica.

7) magico - São atribuídos a ele vários poderes mágicos, mas na realidade atual não se vê nada de sobrenatural. Todos os milagres são frutos do acaso ou relatos pessoais que não podem ser testados.

8 ) irreal - Diante de afirmações dos livros sagrados, deus age ativamente na realidade, interferindo ou mudando o destino da humanidade. Na pratica, isso não acontece. O que nos leva a simples conclusão de que ele não pode ser real (baseado nos próprios atributos que seus livros sagrados atribuem a eles).

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ateus bonzinhos... Isso existe?

Ao ler agora alguns comentários posteriores a minha saída do facebook ontem, vi a tentativa de igualar crença religiosa/metafísica a crença científica/racional.

Durmo tranquilo a noite crendo que vou levantar vivo amanhã. Vou trabalhar todos dias porque tenho fé no salário. Ligo meu computador porque tenho crença de que a internet funcionará... 1°) Durmo tranquilo pq tenho evidências de que estou vivo e, geralmente, acordo no outro dia. 2°)Vou receber meu salario pq trabalho e tenho carteira assinada. 3°)Estou de frente ao computador, windows aberto e modem online. Essas coisas existem!

Agora vamos tratar da crença em deus ou ser superior, ou força, ponta-pé inicial... Chamem do que preferirem. Que evidências tenho? Algum sinal? Alguma dica? Essas coisas não existem! Será que a diferença entre algo real e algo imaginário é tão complexa assim? Ou sou eu que abro uma exceção para a possibilidade da existência divina? Seria coerente então abrir exceção para os deuses astronautas, iluminatis, mula sem cabeça, etc.

A diferença entre as duas é gritante. Uma trata de coisas que existem, a outra de suposições metafísicas. Equiparar as duas de forma desonesta assim, arrancaria elogios até dos apologéticos, tamanha a distância dos objetos de "crença".

Vi também ateus bonzinhos... Que acham q é feio destruir as ilusões dos outros. Penso que devemos respeitar as pessoas, mas idéias podem e devem ser refutadas. Estranho é o fato de pessoas que debatem "contradições da bíblia" ativamente valerem-se de um discurso "ateísmo paz e amor". A realidade é uma só: Quer debater e respeitar as idéias religiosas, você está "duplipensando". Podemos ter debates muito bons, mas infelizmente, o argumento melhor machucará o pior argumento e seu dono. (E isso acontecerá sem o uso de palavras chulas, xingamentos, etc). Prezo sempre pela cordialidade e educação, mas sempre alguém sairá infeliz do debate. Não são as palavras usadas que ferem, é a DESconstrução de uma ideia irracional e arraigada que causam tantos choramingos.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Deus é Imaginário - 50 Provas Simples da Inexistência de Deus

Segue a dica de um livro que pode ser baixado gratuitamente.

  •  No 4shared é necessário ter uma conta para realizar o download, mas pode ser criada gratuitamente:

http://www.4shared.com/office/j4_utHCG/deus__imaginrio_-_50_provas_si.html


  • No Scribd, pode-se ler o livro online sem a necessidade de cadastro:
 http://pt.scribd.com/doc/69932072/Deus-e-Imaginario-50-Provas-Simples-da-Inexistencia-de-Deus


Fonte em inglês: http://godisimaginary.com
Tradução: JL ( jairoluis@ukr.net )




sexta-feira, 31 de maio de 2013

A Afiada navalha da Ciência (Navalha de Occam)

Autor: Homero Ottoni



Uma das ferramentas lógico/racionais mais importantes da ciência nem sempre é bem compreendida. Conhecida como Navalha de Occam (ou Ockam), essa ferramenta ganhou seu nome graças ao trabalho intelectual de um frade franciscano chamado Guilherme de Occam (1). Este frade é conhecido como o “último pensador medieval”, e às vezes, como o “o primeiro pensador moderno”.
A vida de Occam não foi fácil e seu modo de pensar, muito peculiar e racional para a época em que viveu, rendeu-lhe diversas escaramuças com a Igreja e o Papa, até chegar à excomunhão. Todavia, pelo mérito de sua mente brilhante e por dessas ironias da história, seu nome é mais conhecido do que o do Papa que o excomungou,.
De modo geral, o postulado da Navalha de Occam é conhecido da seguinte forma: “Entre duas explicações igualmente satisfatórias de um fato, a mais simples deve ser a correta.”

Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem

A proposição da Navalha, ainda que feita dessa forma simplificada, é bastante útil. Porém, sua forma original é mais precisa e menos passível de erros de interpretação. O engano mais recorrente com relação a essa postulação é a supressão do termo “igualmente”. Ou seja, a explicação mais simples deve ser a correta, em qualquer situação.
Outro engano comum, em geral somado ao anterior, é a supressão ou substituição do termo “deve ser” por “é”. Isso resulta em uma alegação bastante enganosa, que é usada como “espantalho” (ver falácia do espantalho (2)) ao se atacar a ferramenta da Navalha. E a Navalha, originalmente uma alegação muito eficaz e lógica, se transforma nisto: “A explicação mais simples é a correta.”
Isso é tão obviamente errado, que qualquer pessoa percebe que não pode ser aceita. Mais ainda, quase toda descoberta ou conclusão da ciência parece indicar exatamente o contrário, explicações mais complexas são em geral as explicações corretas. Antes de explicar o que aconteceu e como as duas expressões acima diferem em sua estrutura e natureza, vamos ver como era a navalha em sua origem. A Navalha de Occam também é conhecida como Princípio da Parcimônia ou Princípio da Economia: “Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem”.

É mais confiável e mais lógico adotar o argumento com menos elementos

Em latim fica mais impressionante, mas o significado é simples: não se devem multiplicar os elementos sem necessidade. O que pode ser explicado com dois elementos, não precisa ser explicado com 5 elementos. E uma forma bem prática de compreender o princípio é aplica-lo a um sistema concreto, um mecanismo.
Se um mecanismo possui 3 peças que lhe permitem realizar uma determinada função, e outro tem 36 peças para realizar a mesmíssima função (em muitos casos, as 3 do primeiro mais 33 peças extras), qual dos equipamentos tem maior chance de apresentar defeito?
Em outras palavras, se uma das 3 peças do primeiro equipamento apresentar defeito, ambos apresentarão defeito. Todavia, se qualquer uma das peças adicionais do segundo equipamento apresentar defeito, apenas ele apresentará defeito. É mais seguro, portanto, para equipamentos que são igualmente eficazes, usar o de menor número de peças (3).
O mesmo serve para argumentos, teorias, explicações, etc. Se um argumento usa 3 elementos e resolve a alegação; e um outro usa 36 elementos para resolver a mesma alegação, a chance de encontrarmos um erro de lógica ou coerência no segundo, dada sua natural complexidade, é maior. E se ainda por cima, os 3 elementos do primeiro argumento estiverem presentes no modelo mais complexo e o outros 33 forem desdobramentos deles, basta encontrarmos um erro no primeiro argumento, em um destes 3 elementos, para que o segundo argumento caia por terra. É mais confiável, portanto, e mais lógico, adotar o argumento com menos elementos (complexidade).

A Teoria da Relatividade é complexa

Mas, e agora talvez comece a ficar claro os enganos cometidos ao se criar o espantalho da Navalha, essa aplicação da ferramenta de Occam tem suas exigências e limitações. A exigência é que ambos argumentos, teorias, equipamentos, ou o que for, sejam igualmente capazes de resolver ou solucionar o problema.
É evidente que, se o argumento, teoria ou equipamento mais complexo, com mais partes, resolve melhor a questão; explica com mais sucesso e mais abrangência; ou finaliza sua função com vantagem, a Navalha não se aplica. Ilustremos com um martelo. Ele funciona tanto quanto um revólver de pregos, que é tecnologicamente mais complexo. Mas o revólver trabalha de maneira rápida e eficaz, é mais confiável e, em determinadas situações, resolve o que o martelo não faz.
A Teoria da Relatividade é complexa, matematicamente complexa, fisicamente complexa e difícil de ser compreendida pela mente humana. Mas entre as teorias que podem explicar o que ela consegue, com a abrangência que ela consegue, com a eficácia que ela consegue, não há nenhuma mais simples, com menos elementos.

A Navalha não é uma receita de bolo

A Teoria Gravitacional de Newton, a física clássica, é mais simples do que a relatividade. E qualquer um pode compreender, com algum esforço, a física newtoniana. Infelizmente, ela é falha ao explicar determinados aspectos e fenômenos do universo, que apenas a teoria da relatividade consegue. Portanto, não podemos aplicar a Navalha a essas teorias e escolher a mais simples, já que não são “igualmente” satisfatórias como explicação de fenômenos naturais. É fácil entender agora, como eliminar o termo “igualmente” distorce a Navalha de Occam.
Da mesma forma, a Navalha tem limitações implícitas no “deve ser” de sua formulação mais simples. Uma explicação mais simples deve ser a correta e escolher a mais simples é mais seguro. Mas isso nem sempre acontece e a mais complexa (com mais elementos) pode, muitas vezes, ser a correta. A Navalha é uma ferramenta a ser usada com cuidado, para que o “igualmente” seja o mais confiável possível, a partir de muitos estudos e confirmações, principalmente quando muitos dados e evidências estão disponíveis.
Portanto, a Navalha não é uma receita de bolo, não garante 100% de certeza. O que ela propõe é que dentro das probabilidades, você ganhará mais vezes ao usar a Navalha, do que deixando de usa-la. Pense em um programa de auditório, em que você é levado a escolher entre proposições e explicações, e ganhar ou perder dinheiro com as respostas. Se usar a Navalha de Occam, ganhará sempre mais do que perderá, embora as vezes, perca alguma coisa.
Diferente de programas de auditório, quando se “perde” algo ao usar a Navalha, na ciência é possível recuperar ou fazer novas escolhas. Isso significa que, depois de pesquisar por mais dados, uma conclusão incorreta pode ser ajustada, melhorada, e novamente passar pela Navalha, agora com mais confiança e precisão na resposta. Por isso, a Navalha é considerada uma das mais eficazes e importantes ferramentas lógicas da ciência e do método científico. Para ignorar a Navalha ao se escolher uma conclusão científica, é preciso que fortes razões sejam apresentadas. Do contrário, a alegação não será aceita, pelo menos em determinado momento. E no futuro, se evidências surgirem, como no caso da microbiologia, a alegação será reavaliada e aceita, quando for o caso.(4)

Teorias simples costumam ser mais resistentes a refutações

Mesmo sem conhecer o conceito da Navalha de Occam, nós a usamos em muitas situações diárias. Mentirosos sabem, quase instintivamente, que elaborar uma mentira simples é mais seguro para convencer alguém de sua veracidade. Mentiras complexas, com muitos elementos, costumam despertar nossa suspeita. É nossa “navalha” interior nos alertando que, em termos probabilísticos, aquilo tem muita mais chance de ser “enrolação”. Todo engenheiro sabe que, quanto mais peças um equipamento possuir, maior a chance de apresentar defeitos.
Teorias simples costumam ser mais resistentes a refutações, pois é menos provável que seu criador tenha deixado de lado algum elemento fundamental. Mas é preciso sempre, sempre, usar a navalha como foi projetada, ou seja, completa, com sua estrutura intacta. As teorias ou equipamentos em competição devem, igualmente, solucionar o problema ou obterem o mesmo resultado. Uma teoria mais simples do que a relatividade precisa ser capaz de explicar tudo o que a teoria da relatividade explica, e não apenas uma parte. Ser mais simples não é tudo. E a navalha sempre deve cortar dentro do entendimento da probabilidade, não da certeza. Como todo conhecimento científico, ela é um instrumento mais seguro e, não, um inquisidor que determina a verdade absoluta.

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1 – No livro, fantástico e altamente recomendável, O Nome da Rosa, o autor Umberto Eco nomeia seu personagem/herói em homenagem a Guilherme de Occam. O monge que investiga os assassinatos no mosteiro se chama Guilherme (interpretado por Sean Connery na versão para cinema, muito boa também).
2 – Para saber mais sobre a falácia do espantalho acesse a Wikipedia.
3 – Engenheiros gastam boa parte de seu tempo tentando fazer com que equipamentos usem o menor número possível de partes móveis, para um mesmo propósito, para minimizar ao máximo a chance de defeito ou mau funcionamento do conjunto.
4 – Inicialmente, quando a teoria da microbiologia foi proposta, a explicação mais simples era outra. Seres vivos invisíveis capazes de causar doenças em seres humanos, e até matá-los de forma inexplicável, era algo bem difícil de acreditar ou aceitar. Uma verdadeira afirmação extraordinária! Aplicada a Navalha, não se podia aceitar a alegação. Explicações mais simples e com menos elementos, como os miasmas maléficos, eram mais palatáveis. Com o tempo, evidências se acumularam, dados e fatos surgiram, quadros clínicos precisavam ser resolvidos, e miasmas maléficos já não era uma explicação suficiente e satisfatória. Novas informações tornaram concorrentes, as duas explicações. Porém, ambas não eram igualmente satisfatórias. A explicação vencedora, a da microbiologia, felizmente foi abraçada pela ciência. As ferramentas da ciência e do método científico permitem revisar hipóteses e teorias, de forma a melhorar sua precisão e acerto, algo que não existe em outras áreas da atividade humana. Melhor para todos. Caso contrário, ainda estaríamos visitando as pharmácias em busca de elixires contra miasmas maléficos.


Fonte: http://www.bulevoador.com.br/2009/11/a-afiada-navalha-da-ciencia/
 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dia do julgamento: Design Inteligente (Criacionismo) Na Corte




Em Dover - Pensilvânia - vive-se uma das últimas batalhas sobre o ensino da evolução nas escolas públicas.
Em 2004, uma escola local ordenou aos seus professores de biologia para lerem uma polêmica declaração aos seus estudantes. Esta sugeria que existe uma alternativa totalmente válida à conhecida Teoria da Evolução de Darwin: a Concepção Inteligente. Esta idéia consistia no fato de que a vida, tal como a conhecemos, é demasiado complexa para ser o produto de uma evolução natural e, portanto, deve ter sido concebida por uma agente inteligente. Os professores recusaram-se a obedecer e os pais opuseram-se a esta teoria perante a corte federal. De fato, acusaram a assembléia escolar de violar a separação constitucional entre a Igreja e o Estado. O canal Odisséia apresenta-lhe a investigação deste caso peculiar, com entrevistas aos interessados de ambas as correntes. Além disso, confrontaremos as idéias e as concepções de Darwin com esta nova teoria, para compreender o que é realmente a evolução e se a Concepção Inteligente é uma alternativa cientificamente válida.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Ateísmo, um processo lento e crônico...



Durante o fim de semana, fui indagado por minha irmã sobre que acontecimento traumático ou extraordinário me tornou descrente.  E pensando nisso, escrevo sobre esse tema. A pergunta traz parte da “forma evangélica de pensar”.  Assim como a “conversão” tem uma conotação mágica, envolta em mistério e complexidade, a razão para tornar-me ateu, deveria também possuir algum detalhe extraordinário, que justificasse o abandono da minha crença antiga e minha descrença atual.
Imagino que cada ateu foi trazido ao ateísmo por motivos ou situações diversas, mas tratarei apenas da ”minha” descrença. Depois de tantos anos, entendo a descrença como um processo lento e crônico, que termina no ateísmo.
Fui criado em uma família evangélica. E como se espera de um filho doutrinado, me tornei evangélico.
Ao iniciar o cursinho pré-vestibular, me interessei bastante por História, o que me levou a encarar a realidade com outros olhos. Estudar o comportamento humano no decorrer dos séculos me deu bagagem para analisar minha realidade. Tornei-me crítico, ávido por conhecimento, e sempre tendo em mente, que toda história tem dois ou mais lados. Percebendo as inúmeras barbáries cometidas em nome da religião, em nome do poder, e em nome várias ideologias, cheguei à conclusão que Deus não agia ativamente no mundo, o que me levou ao agnosticismo.  Mas ainda sim, conservava o deus das lacunas (tal falácia atribuiu à divindade o poder de atuar onde a ciência ainda não se enveredou com sucesso).  Neste momento, o processo lento e crônico da descrença corroeu a maioria das minhas certezas metafísicas. Embora ansiasse por encontrar motivos racionais para crer, não os obtive.
Assim, durante muitos anos, vivi confortavelmente com minha descrença. Sem peso na consciência, sem contas a prestar, sem pecado, sem culpa, enfim, livre. Não via problema nenhum nas religiões, desde que elas ficassem dentro das igrejas e na cabeça de quem cria nela.
Mas o processo lento e crônico do pensamento racional, não descansa e nem termina. Ser agnóstico não era mais confortável. Senti novamente a vontade de buscar conhecimento que me tirasse de cima do muro. Felizmente, a racionalidade prevaleceu. Utilizando o método científico, não existiam evidências sobre a existência de um ou mais deuses.
Em seguida, o mundo recebeu o nascimento de mais um ateu.