quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sobre "neo-ateismo modinha"

Segundo minhas leituras, o termo "neo-ateismo" não carrega nenhum carater pejorativo. Ele foi cunhado por filósofos cristãos na tentativa de explicar a mudança de comportamento "descrente" a partir do "11 de Setembro".

Até então, religiosos não se preocupavam com "ateus verdadeiros", visto que todos os debates e conceitos eram tratados filosoficamente, e ali se findavam em si mesmos. Embora haja grande literatura ateista, não havia uma postura firme, e em numero consideravel, de ateus a enfrentar a religião abertamente, devido provavelmente ao preconceito e maleficios que vem de questionar dogmas e crenças alheias. Vide famosos cientistas que embora demonstrem sua incredulidade quanto ao sobrenatural, o fazem veladamente e com "jeitinho".

Então, o "neo-ateismo" surge, questionando abertamente e cirurgicamente a religião, despertando obviamente o desprezo de "crentes" e "ateus verdadeiros". O primeiro se ressente por ter sua "fé" descontruida e atacada constantemente, e o segundo por estar diante de um ateísmo militante, o qual considera desnecessário.

Diante de tais fatos, aparece o termo "modinha". Do lado religioso, uma tentativa em satirizar e diminuir a descrença, colocando-a como infantilidade. Do lado ateu, um sintoma de ciúme por sua "postura filosófica passiva" não ser seguida por outros ateus.

Embora o termo "neo-ateu" seja usado desonestamente por religiosos e "ateus-verdadeiros", ele não é incorreto se usado para diferenciar a atitude militante e firme do neo-ateísmo em oposicao ao ateismo-passivo, que religiosos até elogiam.

Em suma, para ser ateu basta não crer em divindades. Mas o que diferenciará um "ateu verdadeiro" de um "neo-ateu" é sua postura diante da religião.

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